ggggggggggggggg
Ao mesmo tempo, ela entra em conflito com sua mãe, o que intensifica ainda mais seu desgaste psíquico, e passa a projetar seus medos mais primitivos em outra bailarina, Lily, interpretada por Mila Kunis, que se destaca como coadjuvante. Ela não tem uma técnica apurada, mas apresenta a naturalidade e a sensualidade que Nina mais deseja expressar. Quando as duas se aproximam, a mente da protagonista imediatamente a identifica como sua principal rival, na verdade uma personalização de sua sombra.
O que se vê na tela é a essência da arte, um jogo de sedução e fascinação, e cenas que beiram o mais profundo terror psicológico. Esta inusitada combinação provoca um impacto único e inesquecível no público, pois toca as profundezas do inconsciente humano, seus abismos mais sombrios, e prova que a alma humana é tecida por luzes e sombras. A trajetória de Nina atesta que é impossível qualquer possibilidade de crescimento emocional sadio quando esta esfera mental é simplesmente desprezada e reprimida.
O desfecho do filme é ainda mais impactante; ele nos prende, nos paralisa e rouba o nosso fôlego de tal forma que mal podemos respirar, literalmente. A encenação do balé, principalmente a atuação do Cisne Negro, é tão sublime, que nenhuma palavra, por maior que seja sua magia, poderá descrever. É uma daquelas cenas que ficam gravadas para sempre na mente humana. Natalie Portman merece, com certeza, não só o Oscar de melhor atriz, mas todos os prêmios de melhor interpretação de 2010. Por mais difícil e angustiante que seja a experiência de assistir Cisne Negro, é impossível sentir qualquer vestígio de