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CENTRO TECNOLÓGICO – DEPTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA – ISEP
(ELE 3674) – 2004/2
PROF. Wilson Aragão Filho
Cap. 4 – CONFIGURAÇÃO DO SISTEMA DE ATERRAMENTO
4.1 – Filosofia e tipos de aterramento
Inicialmente, os sistemas elétricos industriais não eram unanimemente aterrados. Vários existiam com neutros não-aterrados, isto é: sistemas elétricos isolados. Ocorre que, na verdade, todos sistema elétrico acaba sendo "aterrado", indiretamente, por meio das capacitâncias fase-terra dos condutores-fase. Certamente tais impedâncias são muito elevadas e as correntes resultantes de um primeiro contato acidental (falta) fase-terra tem valor muito baixo. No entanto – e aqui está um grande problema experimentalmente constatado! – por ocasião de uma segunda falta, numa outra fase (não tendo sido a primeira falta removida), ocorrerá uma circulação de corrente entre fases de valor já bastante elevado para provocar danos e desligamentos ao sistema elétrico. (Fig. 6.2)
Uma revisão aprofundada nos problemas relacionados ao aterramento ou não de neutros de sistemas elétricos industriais, mostrou claramente que é, geralmente, vantajoso aterrar todos os neutros de um sistema de potência, independentemente dos níveis de tensão e dos processos de produção envolvidos.
OBS: A palavra “aterramento” é utilizada tanto para “aterramento de sistema”, quanto para
“aterramento de equipamentos”.
4.1.1
– Características de um sistema elétrico não-aterrado
Como já dito, um sistema elétrico não-aterrado é, na verdade, um sistema aterrado
"capacitivamente" em virtude das capacitâncias distribuídas entre os condutores e a terra.
Quando o neutro de um sistema é não-aterrado, é possível ocorrerem sobretensões transitórias destrutivas, de várias vezes a tensão normal, entre uma fase e a terra durante chaveamentos normais de um circuito contendo uma falta fase-terra. Alguns testes demonstraram