gestão escolar e qualidade de ensino
“Precisamos de educação diferente de acordo com a classe social”
Gustavo Ioschpe
[...] lancei aos nossos congressistas uma sugestão: que façam uma lei determinando que toda escola pública coloque uma placa de boa visibilidade na entrada principal com o seu Ideb. A lógica é simples. Em primeiro lugar todo cidadão tem o direito de saber a qualidade da escola que seu filho freqüenta. Hoje, esse dado está “escondido” em um site do Ministério da Educação. [...] em segundo lugar, acredito que essa divulgação pode colaborar para quebrar a inércia da sociedade brasileira em relação às nossas escolas. Essa inércia está ancorada em uma mentira: a de que elas são boas. [...] a proposta vem sofrendo resistências. As críticas são interessantes: escancaram uma visão amplamente difundida sobre os nossos problemas educacionais que não podemos mais ignorar ou tentar contornar. Precisam ser endereçadas. São compartilhadas por gente em governos, na academia, por jornalistas e ongueiros. É uma mistificação inclusiva, que acolhe pessoas de todas as idades, geografias, níveis de renda e intelectual. Disporia essa visão em três grupos, que postulam o seguinte: 1. para o aluno pobre, o objetivo principal e estar na escola; se aprender, é um bônus; 2. a finalidade da escola deve ser o bem-estar do professor; 3. é impossível esperar que o aluno pobre, que mora na periferia e vem de família desestruturada, aprenda o mesmo que o de classe média ou alta. Claro, ninguém diz isso abertamente, mas é o corolário de seu pensamento. Vejamos exemplos. Grupo 1: o secretário da Educação do rio Grande do Sul, José Clovis de Azevedo,declarou, em evento oficial e que falou como palestrante, a respeito de uma escola que tem o mais baixo Ideb de uma cidade da Grande porto Alegre, que “o importante dessa escola não é o Ideb, mas o fato de ser uma escola inclusiva”, pois recebe alunos de baixa renda etc. essa é apenas uma manifestação mais tosca e descarada