Gestão de pessoas
Em 1997, Michael G. Morris era o novo presidente e CEO da Northeast Utilities (NU), empresa de eletricidade que faz parte da lista da Fortune 500. A NU estava atravessando tempos difíceis. O desempenho financeiro da empresa era medíocre e o moral dos empregados estava mais baixo do que nunca. Pior de tudo, a gigante de energia estava sob inquérito criminal federal pela violação de normas da Agência Regulatória Nuclear e da Agência de Proteção Ambiental na operação de sua usina de energia nuclear de Millstone. Tendo aparecido na capa da revista Time duas vezes, como delinquente ambiental, a empresa tinha a reputação de ser beligerante e combativa com as agências reguladoras, tom que havia sido imposto pelo antecessor de Morris, durante seu longo mandato, na direção da NU.
A primeira reunião interna, quatro dias depois de sua chegada à empresa, ocorreu no auditório principal. Quatrocentos empregados compareceram ao evento, na expectativa de que receberiam informações rotineiras sobre a situação legal da empresa. O próprio CEO, para surpresa geral, abriu o evento.
“Acabei de sair de uma reunião com o procurador-geral de Connecticut”, disse Morris. “Ele me informou que alguns de seus procuradores estavam tentando obter documentos da nossa empresa, referentes à investigação. Um de nossos advogados internos, ao receber o pedido de fornecimento dessa documentação, informou à vice-procuradora-geral que não pretendia fazer o trabalho dela e que ela poderia obter cópias desses documentos nos arquivos da Agência de Proteção Ambiental, que, caso não soubesse, situava-se em Washington, D.C.”
Ouviram-se alguns risos sarcásticos na sala, mas Morris nem sequer esboçou o mais tênue sorriso. Ao contrario, fez uma pausa e olhou firme para a platéia. Todos ficaram no mais absoluto silêncio. Finalmente, continuou. ”Na próxima vez em que alguém desta empresa desrespeitar algum servidor de qualquer órgão público ou dificultar o seu trabalho”,