Geografia e cidadania
SILVA, Rita Elizabeth Durso Pereira da. O espaço da cidadania na aula de geografia: uma questão de mudança do discurso? 1993, 196p. Dissertação (Mestrado em Educação), Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1993. (capítulo II)
Uma leitura de geografia em diferentes momentos históricos
O ensino de geografia herdado do Brasil - Império restringia-se a enumeração dos acidentes geográficos. A escola cumpria o papel naquela época de difundir o conhecimento entre a elite dirigente.
No período pré-30, o Colégio Pedro II, funcionava como um centro de cultura para as elites dirigentes. A elaboração dos conteúdos dos livros didáticos e dos planos de ensino era realizada pelos professores deste colégio, e posteriormente, o trabalho era divulgado para as demais escolas. O Colégio era uma referência para escolas estaduais e privadas no que diz respeito aos conteúdos escolares.
Apesar das reformas iniciadas com a República, a Geografia ensinada no Brasil até a década de 30, era um conjunto de detalhes descritivos reunidos em grandes compêndios, sem qualquer ilustração. Quando os mapas estavam inclusos não se fazia um tratamento didático adequado deles.
A cada reforma modificavam-se o número de aulas e os conteúdos da geografia. Os programas eram divididos em lições, e não havia explicação para a forma como os conteúdos eram distribuídos. As reformas indicavam os conteúdos curriculares que deveriam ser seguidos por todas as escolas.
Com a Reforma Francisco Campos (1931) os programas de geografia passaram a ser orientados seguindo perspectivas modernas. Os livros já traziam mapas, gravuras e gráficos, com uma reestruturação dos conteúdos, até então, muito pormenorizados nos compêndios. Essa proposta se diferenciava da anterior: “ detalhista, visando a fixação dos dados numéricos em relação à superfície e a população” (COLESANTI, 1983, p.21).
Os compêndios possuíam sínteses pouco compreensivas. Na nova