Gargalo logístico
Seg, 13 de Setembro de 2010 10:54 | Escrito por Construção Mercado (KATIA)
Carência de infraestrutura logística compromete distribuição de materiais e insumos. Para as construtoras, os reflexos são frete mais caro e prazos de entrega maiores.
Entre os diversos gargalos que ameaçam estrangular o crescimento econômico brasileiro, a logística de transportes certamente é um dos mais graves. Embora disponha de cerca de 1,6 milhão de quilômetros de rodovias, cerca de 75% da malha rodoviária sob gestão estatal apresentam algum tipo de deficiência, sendo que 36,6% das vias estão em estado ruim ou péssimo de acordo com a CNT (Confederação Nacional dos Transportes). Para agravar a situação, o fluxo de cargas dentro do país ocorre basicamente por um único modal, o rodoviário, que além de ser mais poluente, tem menor capacidade de transportar cargas pesadas a grandes distâncias. A indústria de forma geral é quem mais sente os efeitos dessa limitação estrutural, seja na forma de atrasos na entrega de matéria-prima e produtos acabados, seja no aumento do custo do transporte, que reduz a competitividade das empresas.
Com a construção civil não é diferente. Um diagnóstico das áreas de produção e comercialização de insumos realizado pelo consultor Heitor César Haga em 2008 identificou o custo do frete como um dos principais limitadores do crescimento do setor. "O custo do transporte é um fator crítico atuante sobre todos os setores de insumos, da produção à comercialização dos materiais de construção", comenta Haga, que é consultor do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações).
O estudo mostrou que, por dependerem de matéria-prima (minérios e madeira) extraída em locais distantes dos mercados consumidores, o custo de transporte exerce maior impacto nos setores de areia e brita, madeira, cal, gesso e cerâmica vermelha. Nos setores de cerâmica branca, vidros, cimento, ferro e pedras para revestimento, o impacto do