Frantz Fanon
São Paulo
2014
Frantz Omar Fanon foi um psiquiatra e intelectual francês, de ascendência francesa e africana (descendente de escravos). Nasceu em Fort-de-France (Martinica), em 20 de Julho de 1925 e faleceu de leucemia, em 6 de dezembro de 1961, em Washington, nos Estados Unidos. Atendendo a seu pedido, foi enterrado em um povoado argelino libertado anos antes.
Tendo nascido em uma colônia francesa (ilha de Martinica), certamente sua infância e adolescência de alguma forma ficou marcada por essa convivência, pelos usos e costumes dos franceses colonizadores no trato com os colonos. Essa experiência certamente contribuiu para o desenvolvimento de suas ideias anos a frente.
Ao completar 18 anos, alistou-se no exército francês e foi lutar no norte da África, na Segunda Guerra Mundial. Após a guerra, foi para a França estudar medicina (psiquiatria) e formou-se na Universidade de Lyon, tendo trabalhado como médico-chefe no Hospital Psiquiátrico Blida-Joinville, na Argélia, a partir de 1953.
Teve como influências para o seu pensamento, autores como Aimé Cesaire, S. Senghor, Jean-Paul Sartre, Jacques Lacan, entre outros. Nessa época a psicanálise estava em voga nos meios intelectuais franceses e isso foi decisivo no rumo de seus estudos.
Seu trabalho teve como foco a esfera psicológica da dominação colonial, onde o racismo desempenhava um papel fundamental, por servir à manutenção da dominação europeia sobre os “outros” povos.
Escreveu as seguintes obras:
Pele Negra, Máscaras Brancas (1952)
Nesse livro faz uma “interpretação psicanalítica do problema negro” e começa dizendo que “É preciso libertar o homem de cor de si mesmo. Lentamente, porque há dois campos: o branco e o negro”. É uma análise profunda do negro que é sistematicamente condicionado pelo branco.
L’An V de La Révolution Algérienne (1959)
Nesse livro, que trata da revolução argelina, Frantz Fanon destaca o radicalismo da colonização francesa, que usou do terror e da