Os condenados da Terra - Frantz Fanon
Capítulo I – Da Violência
Libertação Nacional, renascimento nacional, restituição da nação ao povo, Commonwealth, quaisquer que sejam as rubricas utilizadas ou novas fórmulas introduzidas, a descolonização é sempre um fenômeno violento. Em qualquer nível que a estudemos (...) a descolonização é simplesmente a substituição de uma “espécie” de homens por outra “espécie” de homens. (p. 25)
Da violência no contexto internacional
“Durante séculos os capitalistas comportaram-se no mundo subdesenvolvido como verdadeiros criminosos de guerra As deportações, os massacres, o trabalho forçado, a escravidão forma os principais meios empregados pelo capitalismo para aumentar suas reservas de ouro e diamante, suas riquezas, e para firmar seu poderio.” (p. 80) Em seu sentido literal, a violência significa violentar; desrespeitar. Nesse perspectiva, ao se consolidar como um ato desrespeitoso, a violência também se consolida como um ato pertinente e real. Mesmo em tempos atuais onde seu contexto é notoriamente camuflado, em longínquos eventos; como o processo de colonização entre os séculos XVI e XVIII, a sobreposição de uma cultura sobre outra violenta tanto o homem como sua cultura.
Capítulo II – Grandeza e Fraquezas da Espontaneidade
“Os serviços secretos colonialistas que não depuseram as armas depois da independência alimentam o descontentamento e chegam ainda a criar aos jovens governos graves dificuldades. (...) É uma das razões pelas quais se ouve muitas vezes dizer que nos países subdesenvolvidos faz-se mister certa dose de ditadura.” (p. 96-97)
“O colonizado que pegou em armas não somente porque morria de fome e via a desagregação de sua sociedade, como porque era considerado e tratado pelo colono como um animal, mostra-se muito sensível a essas medidas. O ódio se abranda com esses achados psicológicos.” (p. 114) O fator psicológico é base ao processo de violência. O