Foulcaut - Relações de poder

O pensamento de Foucalt em relação ao Poder não pode ser denominado “Teoria do poder”, pois, segundo o filósofo, ele não é material - “coisa” -, uma vez que não possui uma origem e suas características impedem sua teorização. Entende-se o estudo do poder como uma Analítica, Arqueologia ou genealogia. O Poder pode ser considerado um fenômeno, uma prática social, baseada em relações sociais que, por sua vez, geram relações de poder, sendo essas assimétricas, intencionais, plásticas e, muitas vezes, de força. Essas relações e manifestações de poder fazem parte do dia-a-dia da sociedade, estando presente em igrejas, escolas, fábricas, famílias e no estado. Para se estabelecer uma relação de poder, são necessários níveis de detenção de poder dentro de determinada instituição. Tomando como exemplo um estúdio de tatuagem, vários “níveis” podem ser observados: dono do estúdio, gerente, tatuador e cliente. Cada indivíduo, dentro dessa instituição, possui uma função, logo, detém poder sobre o outro: no caso do gerente e do tatuador, o primeiro manifesta poder sobre o segundo, sendo responsável pela organização do trabalho e do controle sobre a parte financeira. Entre o tatuador e o cliente também se estabelece uma relação de poder, assim como entre o dono do estúdio e o gerente, ou seja, todas as manifestações de poder dentro dessa entidade estão interligadas e são interdependentes.
O poder só pode ser exercido na existência de um subordinado, que dentro de uma instituição ou situação, detém um poder menor do que seu soberano. No caso do estúdio de tatuagem, se não houvesse um cliente, o tatuador não teria sobre quem exercer o seu poder, comprovando a interdependência que constitui essas relações.
Segundo Foucalt, a maior parte do poder se concentra na produção, construção e organização da sociedade e das instituições, sendo assim, essencial para o bom funcionamento dessas.