Fisiopatologia dos transtornos primários do sono
Transtornos primários do sono são caracterizados por alterações dos padrões normais do sono decorrentes de modificações dos mecanismos que regulam o sono e a vigília. Estes são divididos em dissonia e parassonia. A primeira caracteriza-se por dificuldade para iniciar e/ou manter o sono e por sonolência diurna excessiva. Já a segunda tem como característica a presença de condutas anormais, que envolvem cognição, musculatura esquelética e sistema nervoso autônomo, na transição sono-vigília, no sono ou no despertar parcial. As parassonias podem ser divididas de acordo com qual fase do sono acontecem, por isso são divididas em: distúrbios do despertar parcial ou parassônias associadas ao sono NREM, distúrbios da transição sono-vigília, parassonia associada ao sono REM e outras parassônias. Estas serão explicadas a seguir:
Distúrbios do Despertar parcial ou parassônias associadas ao sono NREM: como os próprios nomes já dizem, são um despertar parcial no sono NREM, que também pode ser chamado de sono sincronizado, já que apresenta um potencial elétrico rítmico inibitório-excitatório que forma ondas sincronizadas de alta amplitude e baixa frequência. De modo geral, esta fase do sono apresenta baixa atividade neuronal, taxa metabólica baixa, temperatura encefálica baixa, declínio da atividade simpática e aumento da atividade parassimpática, baixa atividade muscular e a tem regulação da temperatura. Esses distúrbios cursam então com confusão mental isoladamente ou com manifestações motoras complexas (deambulação, vocalização e ou manifestações autonômicas), sendo frequente a amnesia total ou parcial. Apresentam também, algumas características em comum, como o fato de surgirem do sono de ondas de baixa frequência, ocorrendo, portanto, no primeiro terço do ciclo do sono ou a partir do despertar de manhã. São comuns na infância, tendo prevalência de 17 % entre 3 e 17 anos, e diminuem ou desaparecem com a