Filosofia e educação
A educação é um processo de auto-realização do sujeito, o desabrochar de suas potencialidades. Antonio Joaquim Severino
A educação em nosso país, de uma maneira geral, tem passado por um momento de crise, um momento conflituoso. A escola, como instituição, tem perdido a sua credibilidade. Professores mal remunerados, desinteresse por parte dos alunos e fatos não isolados de violência são apenas alguns problemas que podemos enumerar. Diante desta situação, a grande maioria dos educadores, por um lado, não têm consciência crítica da realidade educacional brasileira ou do papel que deveriam assumir dentro deste contexto. Sobre estes, aplica-se o que descreve Paulo Freire (2006): “A adaptação é um conceito passivo. Este aspecto passivo se revela no fato de que não seria o homem capaz de alterar a realidade, pelo contrário, altera-se a si para adaptar-se.” Ou seja, submetem-se à realidade, acomodam-se passivamente a ela como “simples espectadores”, ao invés de serem agentes transformadores neste processo. Ainda segundo Freire (2006):
Uma das grandes, se não a maior, tragédia do homem moderno, está em que é hoje dominado pela força dos mitos e comandado pela publicidade organizada, ideológica ou não, e por isso vem renunciando cada vez, sem o saber, sua capacidade de decidir. Vem sendo expulso da órbita das decisões. As tarefas de seu tempo não são captadas pelo homem simples, mas a ele apresentadas por uma “elite” que as interpreta e lhas entrega em forma de receita, da prescrição a ser seguida. E, quando julga que se salva seguindo prescrições, afoga-se no anonimato nivelador da massificação, sem esperança e sem fé, domesticado e acomodado: já não é sujeito. Rebaixa-se para puro objeto. Coisificando-se.
Por outro lado, alguns educadores, colocando-se como “sujeitos sociais e históricos, atores