Filosofia na sala de aula

Filosofia na Sala de Aula – 3ª. parte (FISA Etapa 3)
Profa. Maria Lúcia de Arruda Aranha
Leitura analítica
A leitura de textos filosóficos, seja um fragmento, um capítulo ou um livro, depende de procedimentos que se aperfeiçoam com o tempo. Muitos intelectuais fizeram esse percurso sozinhos, mas sem dúvida uma orientação inicial pode facilitar a aprendizagem. Para melhor nos situarmos, adaptamos livremente o livro de Antônio
Joaquim Severino (2202).
A leitura analítica procede conforme os seguintes passos: análise textual, análise temática, análise interpretativa, problematização e síntese pessoal.
a) Análise textual
Após a leitura rápida, mas atenta, o leitor prossegue nas seguintes etapas: identificação do autor; esclarecimento de outros nomes, se forem relevantes, e esclarecimento semântico e conceitual. Convém sugerir a consulta de dicionários de língua portuguesa e os de filosofia. Destacamos o Dicionário básico de filosofia de Hilton
Japiassú e Danilo Marcondes ou outros similares.
b) Análise temática
Nessa fase, o leitor aprende a “ouvir” o autor, ou seja, a compreender o que ele diz e as ideias que defende; a identificar o tema central e as ideias secundárias, a fim de elucidar o problema que o autor se propôs a discutir.
Na análise temática identificamos a estrutura lógico-discursiva do texto, geralmente constituída por introdução, desenvolvimento e conclusão, a não ser quando se trata de um fragmento. Essa estrutura, porém, nem sempre se aplica a todo tipo de texto, já que alguns filósofos, como Pascal, Nietzsche e Wittgenstein, entre outros, usaram aforismos
(textos fragmentados e assistemáticos), ou outros em que, como Agostinho de Hipona em Confissões, a filosofia encontra-se entremeada ao relato sobre a própria vida.
Para realizar a análise temática, respondemos às seguintes questões:
• Qual é o tema?
O tema é o assunto principal do texto. Embora às vezes o título coincida com o tema, nem sempre isso acontece.

• Qual é