FILOSOFIA NAS SALAS DE AULA
Os esforços progressivos para a implantação da disciplina de filosofia nas instituições de ensino, nos levam à urgente necessidade de discutir acerca do fenômeno educativo e do ensino de filosofia. Teoricamente, a escola é vista como um espaço reservado para que os indivíduos desenvolvam todas as suas capacidades, podendo assim contribuir para o desenvolvimento cientifico e moral da sociedade. Da escola se esperam profissionais capazes de preparar outros seres humanos, para assumirem uma postura teórica sobre o mundo, bem como adquirir certos hábitos, técnicas e habilidades. Vê-se, portanto, que a escola assume certos compromissos morais e epistemológicos com a sociedade em geral, e, além disso, muitas vezes assume direta ou indiretamente certos compromissos políticos e econômicos (dos quais não é meu intuito discutir neste texto). Assim, se a disciplina de filosofia integra algum currículo escolar, essa deve assumir algum compromisso, ter uma função, ter um objetivo socialmente válido, uma vez que um dos motivos da existência da escola é o de que elas devem cumprir uma função social. Acredito que, fundamentalmente, o objetivo da filosofia é permitir que os indivíduos assumam uma postura filosófica. A postura filosófica é basicamente a postura do sujeito questionador, capaz de se preocupar com a clareza conceitual e o rigor lógico dos nossos pensamentos, além de preocupar-se com a maneira mais adequada de interpretar as várias interpretações que nós próprios e os outros sujeitos humanos fazemos da realidade. Dessa forma, a filosofia justifica sua importância para a sociedade, se entendermos que há um elemento positivo no fato de que a filosofia fornece elementos teóricos necessários para o desenvolvimento humano, no que diz respeito à atitude teórico-especulativa humana. Partindo desta perspectiva, e buscando concentrar agora minhas reflexões no âmbito prático do ensino de filosofia, acredito que a função do professor é justamente