Filme Amor segundo a Teoria Sistêmica
Amor
(“Amour”)
1. Resumo
Belo e arrebatador, Amor (com título original em francês: “Amour”) é um filme que foge às convenções cinematográficas atuais. Explorando a relação de um casal que se encontra no fim de seus dias, e que ainda se vê obrigado a enfrentar uma dura batalha quando uma das partes adoece gravemente, o longa nos remete a uma realidade que vai muito além das belas histórias românticas que estamos acostumados a presenciar nas salas de cinema. Com o foco em um casal de idade avançada, e não no “auge de suas vidas”, Amor nos presenteia com um belo roteiro em que o amor passa, talvez, pelos piores testes que um relacionamento pode enfrentar. Cruel como apenas a realidade pode ser, o filme é contundente e por vezes perturbador, nos levando a reflexões acerca de assuntos que, supostamente, formam a base de uma relação, tais como compromisso, entrega e lealdade, além, logicamente, do próprio sentimento que dá título à obra.
Georges e Anne são um casal de músicos aposentados que vive uma velhice tranquila. Claramente habituados com a presença um do outro após décadas de casamento e companheirismo, eles experimentam uma vida social ativa e independente Possuem uma residência que se mostra aconchegante e confortável, repleta de objetos que refletem bem a personalidade e os anos vividos pelos personagens. A felicidade do casal é, então, colocada em prova, quando os anos finalmente os alcançam na forma de um episódio catatônico vivido por Anne, que demonstra a origem de uma doença que a coloca num estado quase vegetativo, fazendo-a perder parte dos movimentos no lado esquerdo do corpo.
Sabendo desde o início o desfecho daquela história, já que o filme se inicia com o “fim” ao mostrar o apartamento do casal sendo invadido por policiais e bombeiros que se deparam com o corpo de Anne coberto de flores em sua cama, acompanhamos a partir do início da doença de