Divinos segredos
Divinos Segredos é um filme que conta a história de um conflito familiar entre mãe (Vivi) e filha (Sidda). Sidda deixa a casa dos pais não só para tentar carreira em Nova York, mas também, para tentar fugir do domínio de Vivi. Ela participa de uma entrevista para uma revista relatando que Vivi não era boa mãe, causando assim um estado de ira na mesma. Este fato fez com que se criasse um clima de ódio e hostilidades no seio da família Walkers. Nichols (1998) aponta que, para Bowen,(Terapia Familiar Boweniana) a família permanece dentro de nós. Para onde quer que vamos carregando a reatividade emocional não resolvida dos pais, sob a forma de uma vulnerabilidade para repetir os mesmos antigos padrões em todo o relacionamento novo em que entramos. Os relacionamentos não resolvidos com a nossa família são os negócios inacabados de nossas vidas. Inconscientemente, Sidda tinha medo de se tornar igual à mãe, cuja personalidade era egocêntrica, ela competia com a filha. Sidda apresenta uma personalidade neurótica, culpando a mãe por seus traumas originados na sua infância e referidos a um comportamento familiar conturbado, e algo que parecia oculto do qual ela não tinha conhecimento. Entende-se então o fato de Sidda querer viver longe da mãe, pois essa representa uma ameaça na integridade de seu ego. Segundo Imber-Black (1994), os segredos nocivos são os que causam sintomas, abalam a confiança no relacionamento. São de longa duração, ligados a ação do passado, cuja interferência eclode no presente na tentativa de romper elos conflitantes transgeracionais. Os segredos são fenômenos sistêmicos que moldam alianças, lealdades, provocam divisões e definem limites como forma de manutenção, é o que fica claro na irmandade das Ya-Yas. Nesse grupo se mantinha o segredo nocivo e individual de Vivi. A manutenção deste segredo envolvia atitudes de proteção, negando ou modificando uma realidade de difícil aceitação, como aconteceu entre mãe e filha. Sidda