resumo do livro a essencia do cristianismo
”O amor é o terminus medius, o vinculo substancial, o principio de mediação entre o perfeito e o imperfeito, o ser pecador e o ser puro, o universal e o individual, a lei e o coração, o divino e o humano. O amor é o próprio deus e fora dele não há deus. O amor faz do homem deus e de deus homem. O amor fortalece o fraco e enfraquece o forte, inferioriza o elevado e eleva o inferior, idealiza a matéria e materializa o espírito. O amor é a verdadeira unidade de homem e deus, natureza e espírito. No amor, a vulgar natureza é espírito e o aristocrático espírito é matéria. Amar significa negar o espírito a partir do espírito, negar a matéria a partir da materia. Amor é materialismo. Amor imaterial é uma irrealidade. Mas ao mesmo tempo, o amor é o idealismo da natureza.* O amor é esprit. Só o amor faz do rouxinol um cantor, só o amor adorna os órgãos reprodutores das plantas com a corola perfumada. E que milagres não faz o amor, até na nossa vulgar vida civil! O que a fé, a confissão religiosa e a ilusão separam, liga-o o amor. Mesmo a nossa alta nobreza identifica, com bastante humor, o amor com a populaça burguesa. O que os antigos místicos diziam de deus, que ele era o ser mais elevado e todavia o mais comum, aplica-se na verdade ao amor, e não a um amor sonhado, imaginário; não! Ao amor real, ao amor que tem carne e sangue, ao amor que faz estremecer todos os seres vivos como um poder universal.
* A diferença entre o idealismo – pelo menos o idealismo verdadeiro, fundado na natureza – e o materialismo é apenas esta: aquele é um materialismo com espírito e sensibilidade, mas este, o correntemente chamado materialismo, é um materialismo sem espírito.” (pag. 50)
“A negação de um deus pessoal é honestidade cientifica, e eu acrescento: será uma verdade cientifica se exprimirmos e demonstrarmos com palavras claras, indubitáveis o seguinte: em primeiro lugar, a priori, por razoes especulativas, que figura, espacialidade,