Processo de Socialização
Da minha parte gostaria de pontuar algumas anotações no sentido de complementar as reflexões já desenvolvidas.
Em primeiro lugar penso que o filme aborda elementos importantes e significativos da dinâmica histórica de humanização do ser social. Embora compreenda que hominização e humanização são processos que se desenvolvem paralelamente, o filme explora aspectos significativos do processo de humanização determinado pelo trabalho (atividade vital humana), expresso na dinâmica de objetivação e apropriação (DUARTE, Newton. Individualidade para-si: contribuição a uma teoria histórico-social da formação do indivíduo). Portanto, o filme não parte da ontogênese do trabalho, mas tem este como pressuposto. O trabalho já havia se tornado uma efetividade na esfera do ser.
Muitas reflexões postas no fórum apontam os limites nos dados paleontológicos, paleantropológicos, antropológicos e arqueológicos no filme, que podem se associar a uma suposta ausência de uma leitura da filogênese do homem. Particularmente, penso que não é o caso, pois embora se ampare em elementos de uma leitura científica da origem dos homens, o filme é uma expressão estética realista da condição humana. E como expressão realista é atividade que altera a própria possibilidade de relação sensível (estética) com as origens da existência humana.
Isso é importante, penso, porque vários dos elementos que em termos de realidade histórica parecem (e só parecem, dados o estágio das descobertas científicas sobre as origens e o desenvolvimento do homem) equivocados ou insuficientes na película (relação entre espécies e tribos, protoformas de experiências humanas, produtos do trabalho humano, o estágio do metabolismo entre homem e natureza), podem na verdade expressar “tendências e características