Fichamento: A Cidade Antiga

Introdução

O objetivo de se estudar a formação das primeiras cidades, para Fustel de Coulanges, é concretizar a proposta de estudar e analisar as sociedades grega e romana e suas características, evidenciando as diferenças entre esses povos e a sociedade moderna. Ambos os povos, por possuírem as mesmas raízes linguísticas, podem ser estudados conjuntamente, como o devido cuidado para que não sejam comparados ao homem moderno e para que a paixão que suas histórias nos despertam não interfira, o que impediria o verdadeiro conhecimento que o autor almeja alcançar com essa obra.
Em seu devido tempo, algumas perguntas serão respondidas no decorrer do livro, tais como:
“Por que patrícios e plebeus, patronos e clientes, eupátridas e tetas, e de onde procedem as diferenças nativas e eternas encontradas por nós entre todas essas classes?” (Pag.8);
“Como se explicarão aquelas injustas singularidades do antigo direito privado: em Corinto e em Tebas, a proibição da venda de terra; em Atenas e Roma, as desigualdades entre irmão e irmã nos direitos de sucessão?” (Pag. 8);
“Que entendiam os jurisconsultos por agnação ou gens?” (Pag. 8);
“Por que as revoluções no direito e as revoluções na política?” (Pag. 8);
“Que princípio superior, tão interiorizado, lhes imprimiu tamanha autoridade sobre o espírito dos homens?” (Pag. 8). As respostas para essas questões levantadas pelo autor estão todas fundamentadas nas crenças religiosas desses povos antigos, com base nas quais se constituíam as famílias e todos seus costumes, fato pelo qual se torna imprescindível estudarmos essas crenças para que possamos compreender os antigos gregos e romanos, procurando suas raízes em um passado longínquo.
“As populações grega e a italiana pertencem a uma antiguidade bastante anterior às épocas de Rômulo e de Homero.” (Pág. 9);
“Felizmente o passado nunca morre completamente para o homem.” (Pág. 9).

LIVRO PRIMEIRO
CRENÇAS ANTIGAS
Capítulo I
Crenças sobre a alma e sobre a morte
Quanto às crenças