Fichamento A cidade antiga

FICHAMENTO

COULANGES, Numa Denis Fustel de. A cidade antiga. (Título original: La Cité Antique. Tradução de: J. Cretella Jr. e Agnes Cretella). 2 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.

O livro “A cidade antiga”, de Fustel de Coulanges, faz uma análise histórica da antiguidade e de suas estruturas. Relata a cultura, as crenças, a religião, a política e o direito dos povos da antiguidade e as diversas transformações que, por meio de revoluções, sofreram ao longo da história. As crenças são imprescindíveis para entender as estruturas da antiguidade. Dessa forma, o primeiro livro da obra se dedica a abordá-las. Os indivíduos daquela época “[...] encaravam a morte não como decomposição do ser, mas como mera mudança de vida” (p. 21). Acreditava-se que a alma continuava unida ao corpo e vivia sob a terra. Cabia aos descendentes, alimentar, durante determinados cultos, seus antepassados, a fim de receber a proteção destes e não ser perseguido por eles, que eram tidos como deuses. A religião daquele povo, considerada a mais antiga da raça humana, era doméstica. “Cada casa tinha seus deuses, cada deus protegia só uma família e só era deus em uma só casa.” (p. 49). Essa religião, em que o fogo era considerado sagrado e que cada família mantinha uma chama acessa, era passada apenas de homem para homem, podendo a mulher participar do culto apenas por intervenção do pai ou do marido. A família, como todas as instituições da antiguidade, possuía suas regras fundamentadas nas crenças. O casamento, por exemplo, consistia em “[...]mudar de religião, de passar a praticar outros ritos e pronunciar outras orações” (p.56), significava abandonar os deuses do pai e adotar os do marido, pois não era possível pertencer a duas famílias ou religiões. Devido a necessidade de dar prosseguimento ao culto aos mortos, era essencial a continuidade da família. Por isso, o celibato era terminantemente proibido e condenável. O direito da época permitia o divórcio no caso de