Fichamento - A Cidade Antiga
COULANGES, Fustel de. A Cidade Antiga.( Título original: La Cité Antique. Tradução de Roberto Leal Ferreira). 2 ed. São Paulo (SP): Martin Claret, 2009.
A crença na vida após a morte ditou o rumo de diversas civilizações antigas. Surgiu, assim, a necessidade de rituais próprios que assegurassem aos mortos a satisfação em sua segunda vida " Elas encararam a morte, não como uma dissolução do ser, mas como uma simples mudança de vida." (p.23) As almas eram tidas como verdadeiros deuses."Os mortos eram tidos como seres sagrados. Os antigos davam-lhe os epítetos mais sagrados que pudessem achar ; chamavam-nos bons, santos, bem-aventurados." (p. 30) Nas casas era mantido sobre um altar, sempre aceso, um fogo que deveria, por meio de toda uma ritualística, ser mantido sempre aceso. " Era uma obrigação sagrada para o senhor de cada casa conservar o fogo aceso dia e noite. Ai da casa na qual ele viesse a se apagar ! (p. 34) A religião doméstica e a família tinham uma relação direta com o direito de propriedade, estabelecendo o isolamento dos túmulos e dos domínios. " Cada família tinha o seu tumulo, onde os seus mortos vinham repousar um após o outro, sempre juntos." (p.45) O regimento familiar era ditado pela religião. Esta foi responsável pelo estabelecimento da autoridade patriarcal e marital. " O que une os membros da família antiga é algo mais potente do que o nascimento, o sentimento, a força física: é a religião do lar e dos antepassados." (p.53) O casamento tinha seus princípios a partir da dita religião doméstica: a esposa, ao abandonar a casa paterna, abdicava da religião desta e passava a prestar culto aos antepassados do marido, a partir de então seus deuses.
Existia a necessidade de perpetuar a família para que o culto continuasse. "[...] cada pai esperava de sua posteridade a serie de banquetes fúnebres que deviam assegurar aos seus Manes o repouso e a felicidade." (p.60). A necessidade de perpetuar o culto permitia a