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Descrição do local
Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta a exposição “O globo da morte de tudo”, que é mesmo nome de um trabalho de Nuno Ramos e Eduardo Climachauska, dois dos mais inventivos e múltiplos artistas da cena contemporânea, amigos e parceiros de filmes e de canções. Este trabalho ocupa todo o grande espaço térreo da galeria, com 200 metros quadrados de chão e pé direito de mais de sete metros. No segundo andar expositivo, Nuno Ramos mostrará cinco desenhos inéditos da série “Schreber” – tinta a óleo, folhas de ouro e prata, carvão e tecido sobre papel. Iniciada há cerca de um ano e meio. Elementos geométricos sempre presentes nos trabalhos do artista, como duas retas e duas curvas, ganham uma dinâmica quase figurativa. “Elementos formais passaram a ser também um pouco vocabulário”, diz Nuno. Nos desenhos, estarão frases colhidas do livro “Memórias de um doente dos nervos”, escrito em 1903 por Daniel Schreber (1842-1911), um respeitado juiz alemão que passou a sofrer de surtos psicóticos, e acabou por morrer em um hospital psiquiátrico. “O sol fala comigo com palavras macias”, “eu era o melhor amigo dos raios puros”, “homens feitos às pressas”, “assassinato de alma”, “o sol é uma puta”, “milagres praticados contra mim” são algumas dessas frases. O artista observa que “esta série comunica-se com o trabalho dos globos pela presença destes elementos cosmogônicos, difusos nas duas salas da exposição”.
“O globo da morte de tudo” é um projeto que já vinha sendo pensado há dois anos, a partir do ritual da dádiva, da oferenda, existente em sociedades primitivas. O grande salão térreo da galeria abrigará dois globos da morte, em aço, comprados de um circo, e colocados de tal forma que haverá uma interseção de cerca de 60 cm entre eles, “formando um oito tombado, o símbolo do infinito”, como explica Nuno Ramos. Estes globos estarão conectados a quatro paredes de prateleiras de aço, com seis metros de