Etnografia do espiritismo

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
Curso de Graduação em Ciências Sociais Débora de Seixas Leão Brito Lara Felix de Souza

O ESPIRITISMO

Juazeiro-BA 2011

INTRODUÇÃO

Esse estudo destina-se a análise da Doutrina Espírita, que para os espíritas não é apenas uma religião, mas também uma ciência e uma filosofia. O estudo foca além da filosofia do Espiritismo, a relação de determinadas questões sociais com a vida espiritual, ou seja, a maneira pela qual o Espiritismo vê alguns aspectos da vida social humana e os principais aspectos dessa prática religiosa. Antes de iniciar o trabalho em si, é válido fazer alguns levantamentos históricos, a fim de o leitor entender um pouco mais sobre o assunto pesquisado. Na primeira metade do século XIX, fenômenos sobrenaturais se tornaram públicos através das Irmãs Fox, que mantinha contato com um espírito por meio de pancadas na parede. A partir desse fato, vários outros fenômenos foram presenciados, e constatados como verídicos, e um dos mais populares eram as mesas girantes ou dançantes, fenômeno que chamou atenção de vários cientistas da época, dentre eles, um professor francês chamado Hyppollite Léon Denizard Rivail, conhecido posteriormente pelo pseudônimo Alan Kardec. Ele descobriu os fenômenos das mesas dançantes eram espíritos de pessoas mortas que usavam as mesas apenas como instrumento de comunicação. A partir desses diálogos, Alan Kardec criou a

(...) codificação, um conjunto de cinco obras que estabelecem as bases da doutrina espírita. O primeiro livro da codificação é o Livro dos Espíritos, publicado em 1857, em Paris, contendo o “núcleo e o arcabouço geral da doutrina”. Segue-se a ele o Livro dos médiuns, que pesquisa o processo das relações mediúnicas, estabelecendo o conteúdo moral da doutrina; O Céu e o Inferno discute “as penas e gozos terrenos e futuros”; A Gênese, os Milagres e as Predições trata “dos problemas