Resenha

RESENHA

MAGGIE, Yvonne. Guerra de Orixá: um estudo de ritual e conflito. 3 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007

A motivação da autora de escrever e publicar essa obra partiu da vontade de conhecer e entender os limites das visões utópicas sobre a sociedade brasileira. Ela rompe com a corrente que buscava na origem das religiões trazidas pelos escravos a explicação do presente.
Suas principais referências teóricas, dentro do grande escopo da antropologia, são Max Gluckman e Vitor Turner, a partir das versões dos acontecimentos que se estruturam e a posição do observador no drama e no desenrolar da história.
A autora aponta algumas críticas ao seu próprio trabalho. A primeira, é que se trata apenas de um estudo de caso, ou seja, que não pode ser usado como explicação ante a complexidades das religiões afrobrasileiras. Trata-se de tentar explicar as formas pelas quais o poder é estruturado em um terreiro específico.
Ela optou por seguir a trilha de três obras, por, segundo a autora, terem acreditado na versão de seus informantes de forma não preconceituosa, a saber, O animismo feitichista dis negros baianos, de Nina Rodrigues; A casa das minas, de Nunes Pereira, e; A cidade das mulheres, de Ruth Landes.
A segunda crítica apontada por ela, é que seu trabalho se refere a uma visão da observadora sobre o universo pesquisado. O que ela chamou de “olhar de fora”, uma “sociologização da realidade”.
Vale destacar, que Maggie, além de estudar o terreiro em questão, ela é movida pela necessidade de entender a relação cotidiana entre brancos e negros na sociedade brasileira, que ao meu ver, foi pouco explorado na obra.
Na introdução de seu trabalho, Maggie constrói uma crítica ao que ela chama de “determinações ideológicas” sobre os terreiros e lança um novo olhar para além de buscar a origem da religião. Ela explora a dimensão do conflito e a estruturação do poder.
Ela também lança explicações sobre a origem do termo religiões Afro-brasileiras, produto do