Estilo de dança
Escrito por Mariana Albanese | Em 1938, a Missão de Pesquisas Folclóricas idealizada por Mário de Andrade percorreu Norte e Nordeste registrando a música popular. Do canto que acompanha o trabalho nas casas de farinha às entoações religiosas, um vasto acervo foi preservado graças ao trabalho de Oneyda Alvarenga, que catalogou o material. Interrompida por questões políticas, a Missão marcou também o princípio da morte de Mário.
Em fevereiro de 1938, o Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, sob a gestão de Mário de Andrade, despachou uma equipe de pesquisadores para registrar a música brasileira tradicional, que, sufocada pela modernidade, corria risco de se extinguir. Na equipe iam o arquiteto Luís Saia, o maestro Martin Braunwieser, o técnico de som Benedicto Pacheco e o assistente Antonio Ladeira, munidos de gravador Presto, câmera fotográfica, filmadora, discos e muitas fichas e cadernetas para anotação.
Partiram do porto de Santos com o objetivo de percorrer o País. Começaram pelo Norte e Nordeste, porque Mário considerava que ali a cultura brasileira era mais genuína. A Missão chegou ao fim antes do previsto. Com o Estado Novo, por questões políticas, Mário foi afastado da direção do Departamento. Mas Oneyda Alvarenga, diretora da Discoteca Pública Municipal de São Paulo e ex-aluna de Mário, coletou e organizou todo o material.
Recolher o que o povo guarda
Foi o prefeito Fábio Prado que criou o que hoje é a atual Secretaria Municipal de Cultura em 1935, por iniciativa de Paulo Duarte, Sérgio Milliet, Mário de Andrade e outros intelectuais. Convidado para dirigir o então Departamento, Mário ficou em dúvida. Considerava-se pessoa feliz e temia que a vida política lhe trouxesse decepções.
De 1935 a 1938, ano em que se afastou, conduziu inúmeras ações para incentivar e preservar a cultura, não só a paulistana. Uma das iniciativas, o Arquivo da Palavra, tinha dois objetivos: registrar vozes de