ETNIA INDÍGENA E AS PRÁTICAS ESCOLARES
De acordo com o Dicionário Aurélio Júnior (2011, p. 405) etnia é uma “população ou grupo social que apresenta homogeneidade cultural e linguística, compartilhando história e origem comuns.”
De maneira histórica, a palavra etnia significa “gentio”, derivada do grego ethnikos, que significa gente ou nação estrangeira. É um conceito diversificado, que constrói a identidade de um indivíduo resumida em seu parentesco, religião, língua, território compartilhado e nacionalidade, além da aparência física (Santos et al, 2010, p. 122).
Segundo o censo IBGE 2010, os mais de 230 povos indígenas somam no Brasil 896.917 pessoas. Destas, 324.834 vivem nas cidades e 572.083 em áreas rurais, o que corresponde a 0,47% da população do país (em http://pib.socioambiental.org/pt/c/0/1/2/populacao-indigena-no-brasil).
No Brasil, os povos indígenas têm reconhecidos suas formas próprias de organização social, seus valores simbólicos, tradições, conhecimentos e processos de constituição de saberes e transmissão cultural para as gerações futuras. A extensão desses direitos no campo educacional gerou a possibilidade de os povos indígenas se apropriarem da instituição escola, atribuindo-lhe identidade e função peculiares.
Sendo assim, a escola passa a ser reivindicada pelas comunidades indígenas como espaço de construção de relações intersocietárias baseadas na interculturalidade e na autonomia política.
O direito a uma Educação Escolar Indígena foi uma conquista das lutas empreendidas pelos povos indígenas e seus aliados, e um importante passo em direção da democratização das relações sociais no país.
O Governo Federal criou então, com a missão de disseminar e programar conceitos, conteúdos e práticas de gestão organizadas a partir do reconhecimento da diversidade como patrimônio da sociedade brasileira, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad/MEC), que, entre outras temáticas trata da