Etica a nicomaco cap. 4 livro V
Retomando, procuremos compreender, agora – uma vez que todo o saber e toda a intenção tem um bem por que anseiam -, o que dissemos sobre a perícia política e o que ela visa atingir bem como sobre qual será o mais extremo dos bens susceptível de ser obtido pela ação humana. Quanto ao nome desse bem, parece haver acordo entre a maioria dos homens.
Tanto a maioria como os mais sofisticados dizem ser a felicidade é o mesmo que viver bem. Contudo, acerca do que possa ser a felicidade estão em desacordo e a maioria não compreende seu sentido do mesmo modo que os sábios. Para uns são coisas obvias e manifestamente boas, como prazer, a riqueza ou a honra; para uns é uma coisa, para outros, outra – muitas vezes para o mesmo pode ser coisas diferentes-. Tendo consciência da sua própria ignorância, muitos dizem ser qualquer coisa de monta, muito acima das suas capacidades e que eles admiram. Alguns pensam ainda ser algo de om em si próprio que vai além das muitas coisas boas, mas que é o fundamento responsável pela presença da bondade em todas elas.
Talvez seja pouco mais do que vão examinar todas as opiniões formadas acerca deste assunto; é suficiente examinar as opiniões mais correntes ou as que parecem ter algum sentido.
Não pode passar-nos despercebido que as fixações de sentido resultantes de princípios fundamentais são diferentes das que conduzem até eles. Platão levantou muito bem esta dificuldade e procurou saber se o caminho que vem dos princípios é o mesmo que vai à sua direção. Temos, pois, que começar a partir de coisas familiares, classificando-as de duas maneiras: aquelas que nos são relativamente mais familiares e aquelas que são absolutamente. É por esse motivo que quem ouvir falar justamente sabre as manifestações de nobreza e o sentido da justiça nas ações humanas e, em geral sobre o que diz respeito de modo essencial à perícia política terá de ser conduzido por processos corretos de habituação. Aquele que tiver sido conduzido por processos de