Estética, no sentido mais amplo e abrangente que ela carrega
Segundo o Dicionário da Academia Brasileira (2008), estética se define, entre outras possibilidades de natureza adjetiva, como o “estudo do papel do belo na arte” (idem: 546).
A modernidade veio, contudo, afastar do âmago da reflexão estética a preocupação com o belo, perfazendo novas veredas a fim de elucidar os comos e por quês na transformação dos conceitos de belo e de arte, cada vez mais subjetivos, fato que gera a prerrogativa contemporânea de independência da arte de quaisquer finalidades externas.
Especificamente no século XX, a estética alforriou-se do confinamento sobre o que é arte e belo para adentrar o cotidiano, centrando-se em discussões da filosofia e de outras ciências humanas com temas como percepção, sensibilidade, relação moda/arte, indústria cultural, entre outros. Assim, o contexto em que se emprega o termo estética no cenário contemporâneo se voltou para as distintas formas pelas quais a sensibilidade dita estética opera sobre as pessoas em todos os domínios da vida prática e não propriamente uma teorização sobre a arte.
Admitiu-se, pois, o componente cognitivo e emotivo da experiência estética que, nesse sentido, ressalta uma pluralidade de dimensões em que é possível haver estranhamento estético, ou seja, pausa na vida ordinária e conformidade com o familiar, abrindo caminho para se pensar na alteridade decorrente.
Em outras palavras, a estética tal qual concebida na contemporaneidade, resulta (ou é resultado, se considerarmos o questionamento quase metafísico de quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?) na estetização da vida, o que acentua a volatilidade, a indeterminação, a fantasia, a virtualidade e a diferença, premissas defendidas como prerrogativas do conceito de pós modernidade ou modernidade líquida (APROFUNDAR O CONCEITO E COLOCAR BIBLIOGRAFIA - ZIGMANN? BAUMANN?).
A fluidez da vida hodierna, associada à perda dos fundamentos