Estudo preliminar do período Pombalino
Cândida Barros
Museu Emílio Goeldi
Antônio Luis Salim Lessa
PCI-MCT/Museu Emílio Goeldi
Abstract
A Portuguese-Tupi dictionary prepared in Belem in 1771 is analysed in the context of the linguistic policy of Pombal’s government in
Amazonia, and is compared to Tupi vocabularies compiled in the
Jesuit period. By these two means, we will examine whether the
Jesuits continued to serve as a reference during the Pombal period for the evangelisation policy in the colony and for the descriptive model of Tupi.
BARROS & LESSA
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OBJETIV
OS
OBJETIVOS
O
trabalho gira em torno ao manuscrito Diccionario da lingua geral do Brasil que se falla em todas as villas, lugares e aldeas deste vastissimo Estado, escrito em Belém, em 1771, período em que estava proibido pelo Diretório dos Índios o uso da língua tupi em favor do português na Amazônia. Duas questões serão tratadas sobre essa obra: uma delas é contextualizá-la no cenário sociolingüístico da Amazônia e a outra é compará-la com outros dicionários tupi do período jesuítico.
A primeira questão nos levará a descrever a política lingüística de dois agentes coloniais na região amazônica: a administração e a
Igreja. A posição da administração pombalina será observada no
Diretório dos Índios e em cartas de Francisco Xavier de Mendonça
Furtado, irmão de Pombal e governador do Grão-Pará entre 1751 e
1759. A posição lingüística da Igreja na Amazônia no período pombalino será analisada em três documentos: a) no relato do Bispo do Pará,
João de São José Queiroz, sobre sua visita paroquial na região entre
1761-1763; b) na defesa do Padre Rosário perante a Inquisição, quando acusado de evangelizar na língua tupi (SILVA, 1993); c) no próprio dicionário de 1771. Neste último caso, queremos saber se o léxico cristão contido na obra tem similaridade com aquele usado pelos jesuítas.
A segunda questão nos levará a