Estratégias de controle da Tuberculose no Brasil
Apresentação | Foreword
Draurio BarreiraI
Avaliação das estratégias de controle da tuberculose no
Brasil
Alexandre GrangeiroII
Evaluation of tuberculosis control strategies in Brazil
TUBERCULOSE, UMA PRIORIDADE DE SAÚDE PÚBLICA
Apesar de ser uma das doenças infecciosas mais antigas, bem conhecida e há mais de meio século vulnerável ao tratamento medicamentoso, a tuberculose permanece como um dos principais agravos à saúde a ser enfrentado em âmbito global. Contribui para este fato as desigualdades sociais, insuficiência de pesquisas visando o desenvolvimento de novos tratamentos e vacinas, fluxos migratórios, deficiências do sistema de saúde e alta prevalência dos casos de tuberculose multi-drogas resistentes e associados à infecção pelo HIV.6
A tuberculose foi equivocadamente considerada controlada nos anos 1980, especialmente nos países desenvolvidos. Atualmente, afeta cerca de um terço da humanidade, tendo sido estimada, somente no ano de 2005, a ocorrência de 8,8 milhões de novos casos. A imensa maioria (95%) de casos ocorreu nos países de média e baixa renda. A cada ano, pelo menos 1,6 milhão de pessoas morrem por tuberculose, 12% deles associados à epidemia de Aids.8
Diante desse desafio, importantes ações em âmbito internacional tentaram impulsionar governos e sociedade civil para ampliar as ações de controle da doença nas últimas décadas, entre as quais, quatro iniciativas mais recentes merecem destaque. Em 1993 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o estado de urgência da tuberculose, conclamando governos, comunidade científica e sociedade civil a redobrarem seus esforços para o controle da doença.
Em 2000, todos os 189 Estados Membros das Nações Unidas, na Assembléia do Milênio, assumiram como meta para o “Desenvolvimento do Milênio”5 o combate ao HIV/Aids, malária e outras doenças, incluindo o compromisso de deter, até 2015, a prevalência e a mortalidade relacionada à