ESTRATÉGIA E SUCESSÃO NA GESTÃO
Autoria: Denize Grzybovski, Patrícia Zanella Hoffmann, Ediane Eschner Muhl
RESUMO
O objetivo do presente artigo é discutir as bases do processo sucessório nas empresas familiares, os embates que vem à tona durante o momento da transição e o tratamento teórico da sucessão como estratégia organizacional. A sucessão é vista por muitos autores como o pior dos conflitos existentes nas empresas familiares, já que nesse processo entram em jogo os valores da família, que geralmente estão ligados à empresa pelo modelo de gestão impresso pelo fundador e pelos interesses obscuros do membro da família eleito para ser o sucessor. As evidências empíricas para o estudo deste tema foram obtidas no grupo empresarial familiar
Gerdau. Os dados analisados qualitativamente utilizando a técnica análise de conteúdo revelam que muitos elementos influenciam o crescimento ou a “morte’ das empresas familiares, porém é na forma como acontece o processo sucessório que está uma das chaves para a continuidade dos negócios sob a gestão da família proprietária.
1 INTRODUÇÃO
Ainda que permaneça o debate sobre a ineficiência produzida pela reunião de uma instituição social (família) e uma organização empresarial (empresa familiar), há exemplos no
Brasil (Odebrecht, Droga Raia, Zen, Grupo Ibope, João Fortes Engenharia, Rede Globo) e no
Rio Grande do Sul (Gerdau, Fuga Couros, Intecnial, RBS, Cia. Zaffari) de que é possível tornar competitiva a empresa resultante dessa reunião. Não é a família em si que atrapalha a organização empresarial ou vice versa, mas sim o descaso ou desconhecimento dos problemas advindos desse relacionamento (LODI, 1993; BERNHOEFT; GALLO, 2003) e a falta de um código de relações (BORNHOLDT, 2005) entre os membros da família na empresa.
O presente artigo tem como objetivo discutir o processo sucessório como estratégia empresarial para a superação de um período crítico na