Sucessao pessoas
Planejamento da troca de comando evita desgastes emocionais e riscos para as empresas
Os processos sucessórios nas organizações são complexos e, geralmente, desgastantes, mesmo quando planejados. Diversas são as dificuldades encontradas no momento de mudança da cúpula administrativa da empresa. Tal fato torna-se ainda mais delicado quando a organização em questão é uma empresa familiar. Nesta, as dificuldades enfrentadas tomam uma magnitude que não é observada nos outros tipos organizacionais e, por isso, esse é um dos temas mais abordados quando se entra no universo das empresas familiares. Para uma maior compreensão desse tema faz-se necessário abordar dois importantes aspectos inerentes às empresas familiares, quais sejam: o seu conceito e o proprietário-gestor.
Monica de F. Mascarenhas e Lemos
Gestão
Quanto ao conceito, apesar da diversidade de classificações que procuram definir as empresas familiares, entende-se esse tipo organizacional, de forma simplificada, como aquele que é administrado por membros da família controladora do capital da empresa. Por sua vez, a empresa familiar pode ser decomposta em três grandes subdivisões, a saber: a) família; b) gestão; e c) propriedade. A múltipla inter-relação desses três elementos é que torna as consultorias e os estudos voltados às empresas familiares tão únicos e peculiares.
A interseção dos elementos família, gestão e propriedade é influenciada por fortes laços de ordem sentimental. Quando é necessário alterar a dinâmica entre eles, os conflitos entre os interesses de cada um deles aumentam consideravelmente, podendo tomar proporções devastadoras. Posições conflituosas em geral refletem negativamente, levando à descapitalização, à falta de disciplina, à utilização ineficiente dos administradores nãofamiliares contratados, ao excesso de personalização dos problemas administrativos e de sucessão, entre outros.
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