Esteriotipos de genero
A Europa pode ser um bom exemplo: trata-se de um continente que, historicamente, reivin- dica um patrimônio cultural comum, ao mesmo tempo em que as várias nações e regiões afirmam constantemente sua singularidade.
No Brasil, nos deparamos com um fenômeno da mesma natureza: se por um lado é um país onde seus habitantes compartilham um universo cultural e uma língua, por outro é uma sociedade complexa e caracterizada justamente por sua imensa diversidade interna. E a di- versidade brasileira, como dito anteriormente, não se esgota com as sociedades indígenas e as comunidades quilombolas. Os movimentos negros há muito nos lembram que a origem da população de afro-descendentes – com seus universos culturais, suas formas de resistência, suas sabedorias e construções de conhecimentos, sua visão de mundo, organização, luta etc.
– acaba por definir um universo de referência específico a esses grupos. A construção da iden- tidade negra no Brasil passa, dessa maneira, a ser não apenas um mecanismo de reivindicação de direitos e de justiça, mas também uma forma de