esteriotipo dos generos
Se a mulher tiver uma profissão que implique horários não compatíveis com o desempenho dessas funções e o homem as assumir, ele poderá ser visto como "efeminado" e, se o casamento falhar, é óbvio que as responsabilidades serão da mulher, que não cumpriu com os seus deveres de esposa e de mãe.
"Gostaria que fossem tratadas as questões do género em termos da educação. Nomeadamente, até que ponto as práticas na sala de aula podem ser agentes de reprodução dos estereótipos do género; até que ponto os juízos de valores que fazemos na avaliação dos alunos podem estimular/inibir as escolhas dos alunos por determinadas áreas... Enfim, sugestões de como melhorar as práticas, a fim de se poder contribuir para uma verdadeira coeducação de rapazes e raparigas e para uma sociedade mais justa e equitativa em termos de oportunidades dos seus cidadãos."
Tânia Silva
A importância e a extensão das questões levantadas por esta leitora levaram-me a responder-lhe não apenas num artigo, mas sim em dois, nos quais procurarei apresentar informação e lançar pistas para reflexão. Neste primeiro, referir-me-ei às características dos estereótipos e ao seu processo de formação.
Na literatura, os estereótipos de género "são frequentemente definidos como o conjunto de crenças estruturadas acerca dos comportamentos e características particulares do homem e da mulher." (Neto, A., Cid, M., Pomar, C., Chaleta, E., Folque, A., p. 11). Funcionam como esquemas cognitivos que controlam o tratamento da informação recebida e a sua organização, a interpretação que se faz dela e os comportamentos a adotar. Podem ser divididos em dois tipos: os estereótipos de papéis de género, que dizem respeito às crenças relativas às atividades adequadas a homens ou a mulheres; os estereótipos de traços de género, que remetem para as características psicológicas atribuídas distintamente a cada um dos géneros.
Exemplificando:
De acordo com uma visão estereotipada dos papéis