Estamira e Psicopatologia
Logo no inicio das filmagens, Estamira diz que “A minha missão, além de eu ser Estamira, é revelar a verdade e somente a verdade.Seja capturar a mentira, tacar na cara ou então ensinar a mostrar o que eles ainda não sabem” e logo depois ela diz “ vocês é comum, eu não sou comum, só o formato que é comum [...]” . E ela diz também que nesse período em que revelou a verdade, estão todos alertos, e só erram os que querem e que ela é a visão de cada um. É próprio da psicose ter uma certeza sobre tudo, não supondo saber ao outro e não sendo passível de julgamento, justamente pelo fato de que o psicótico, segundo Quinet (2006) “nega esse confronto real da castração sob a forma de foraclusão.A inscrição do confronto com a castração foracluída tende a retornar no Real, por exemplo sob a forma da alucinação”. Alucinação esta que é a percepção alterada de realidade sem o objeto presente. E, no caso de Estamira, é visível que a mesma tem uma alucinação sobre uma missão que lhe foi dada de mostrar a “verdade” a todos nós que não conseguimos ter acesso. Sendo a visão de cada um, pela sua estrutura psíquica, Estamira não está passível de julgamentos e erros.
Interessante aspecto relatado pela Estamira é que após a morte do pai, a mãe dela ficou perturbada, e que ela própria era perturbada, mas a mãe era mais, e que ela sabia distinguir a lucidez da perturbação e que se não soubesse, não seria Estamira. E ainda fala que os tecidos nervosos são fios controlados por cientistas específicos, os trocadilos, por meio do controle remoto superior. Nessa cena, nota se que Estamira tem um delírio de perseguição, pois os tecidos