Relatório sobre Estamira
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE TERAPIA OCUPACIONAL
DISCENTE: ANA CAROLINE RAMOS E BIBIANA MAYER STECKEL
DOCENTE: MICHELE TRINDADE
DISCIPLINA DE PSICOPATOLOGIA
Relatório de Psicopatologia
Dalgalarrondo (2008, p. 12) expõe que dentro do campo da psicopatologia, através do contato com os pacientes, que são em sua maioria ‘enigmáticos’, iremos desafiar os nossos estudos e muitas vezes desenvolver a chamada ‘angústia da dúvida clínica’. Dentre os ditos pacientes enigmáticos, de certeza poderíamos encaixar Estamira, protagonista do filme documentário brasileiro, dirigido por Marcos Prado.
Estamira era uma mulher que carregava consigo um passado muito difícil, marcado pela prostituição, abuso sexual, traições e abandono. Provavelmente em virtude desses e talvez outros trágicos acontecimentos, acabou por desenvolver um quadro de esquizofrenia, forma a qual o seu aparelho psíquico encontrou de escapar do insuportável mundo real. Entretanto, mesmo tida como louca, demonstra no documentário uma incrível lucidez e uma notável posição crítica perante a sociedade que a cerca.
Vários são os sintomas de esquizofrenia perceptíveis no documentário, tais como ideias delirantes, alucinações e discurso mítico. Porém, esses sintomas não devem ser considerados alienações, visto que as falas e pontos de vista de Estamira não são manifestações vazias. Ela demonstra conhecer perfeitamente a realidade e faz críticas de cunho social e religioso. Além disso, analisa o ser humano e suas atitudes, lançando-nos indagações e ideias que possivelmente pessoas consideradas sãs mentalmente não se atreveriam a questionar.
Em paralelo a isso, podemos trazer as reflexões de Amarente no primeiro capitulo do livro ‘Loucos pela vida’, no qual ele expõe a complexa rede de saberes dentro da saúde mental, mostrando que este é um campo polissêmico e plural. O autor questiona o significado de doença e de saúde mental,