Essência e futuro da idéia de língua internacional
(Este trabalho, traduzido em francês e um pouco abreviado foi lido pelo Sr. Luis de Beaufront, em 1900, no congresso da “Association Française pour. I’ Avancement dês Sciences”)
Todas as idéias destinadas a representar grande papel na história da humanidade têm sempre igual sorte, quando surge, seus contemporâneos as encontram não somente com obstinada desconfiança, mas até com inexplicável hostilidade. Os pioneiros de tais idéias têm muito que lutar e muito que sofrer; são encarados como loucos e infantilmente insensatos, ou até como seres nocivos. Enquanto os homens que se ocupam das coisas mais absurdas e sem finalidade alguma. - desde que estejam em moda e de acordo com as idéias rotineiras das multidões, - gozam não somente de todos os bens da vida, mas também o honroso título de “instruídos” ou de “beneméritos”, os pioneiros das idéias novas nada encontram além de zombarias e de ataques. Qualquer bobo de pouquíssima instrução fita-os muito de alto e lhes declara solenemente que se estão ocupando de tolices. O menos classificado cronista dos diários escreve sobre eles artigos e notas “espirituosas”, sem se dar ao trabalho de se informar nem mesmo superficialmente do assunto em discussão. E o publico, qual rebanho que acompanha sempre os que mais gritam, ri às gargalhadas, e não medita por um instante sequer, se existe alguma gotinha de senso em toda aquela “espirituosa” sátira. Sobre tais idéias a “moda corrente” é não falar senão com o sorriso de sarcástico desprezo, e assim procedem A e B e C, e cada um deles tem receio de pensar a sério por um único minuto sobre a idéia escarnecida, pois que “sabe antecipadamente”, que “além de insensatez nada mais ali se encontra”, e receia que possa ser ele próprio incluindo no “rol dos idiotas”, se durante um minuto tratar seriamente de tal assunto. Os homens se pasmam de “como em nosso tempo de vida prática podem aparecer esses fantasistas insano, e porque não são