Esporte e etica
^ mídia, pela moda ou pelo ensino. Todavia pode-se também mostrar espírito esportivo fora da prática competitiva, assim como exteriorizar este caráter com u m a divagação semiológica. O esporte refere sem dúvidas uma condição do espírito: mostrar-se desinteressado, cheio de iniciativas, leal e c om u m sorriso no caso de derrota, mas também u m fenómeno de moda: o "sportswear", que se estendeu desde o vestiário a u m conjunto de produtos de consumo, à uma prática social específica ou a u m conjunto específico de práticas sociais.
Criamos desta maneira mais precisamente u ma semântica do que uma definição fundamental e encontramos na primeira o motivo que torna tão problemática a segunda. Para retomar u m conceito chave da sociologia estruturalística, o esporte é u m
"fato social total" (Marcel Mauss). ou seja u m fenómeno ligado ao conjunto dos caracteres de u m a sociedade: as suas representações, os seus ritos, os seus valores, a sua economia, a sua estética..., ao passo que os integra na sua globalidade, reproduz suas facetas e contradições, por estai" tão integrado no fenómeno social influindo no mesmo. E m resum o , trata-se de u m assunto superdeterminado.
E' a partir desta superdeterminação que devemos comprender a ambiguidade fundamental daquela definição genérica que obtém somente a aprovação dos lexicógrafos e conforme a qual o esporte é u m a atividade física exercida como u m jogo, u m a competição, u m a luta e tem por objetivo melhorar a condição física" (Grand Dictionnaire Encyclopédique
Larousse, 1985).
Tomamos a primeira paite da definição: u m a atividade física lúdica é colocada no m e s m o nível de uma rixa, enquanto que todos os jogos ao ar livre não significam necessariamente u m a atividade esportiva, enquanto que arixa e o duelo se opõem de