Escrita da história
Autor: Newton Bignotto
O desenvolvimento do Iluminismo ao longo das décadas que antecederam a Rev. Francesa foi marcado pelo combate a uma série de preconceitos, pela abertura de novas fronteiras do conhecimento, pela crença nos poderes da razão e da ciência e pela defesa da tolerância religiosa. Num período de intensa criatividade e crítica aos regimes absolutos, a referência à tradição republicana foi mais frequente do que se costuma admitir, mas nem por isso implicou a existência de um republicanismo política, que seria central no pensamento iluminista.
Foi nesse universo rico e aberto que questões como as da virtude, patriotismo, da liberdade e da soberania popular encontraram lugares para serem discutidas. Todo este vocabulário iluminista consistia em grande parte na afirmativa de que a forma republicana de governo fosse a solução para os problemas cada vez mais evidentes das grandes monarquias europeias.
Diderot talvez seja o exemplo mais evidente do percurso sinuoso da consolidação do republicanismo como parte da linguagem do universo conceitual das Luzes. Ele foi defensor explícito da monarquia na primeira fase da Enciclopedia e crítico mordaz do caráter utópico do pensamento de muitos dos seus contemporâneos. Ao longo do tempo, ele concede um papel central à luta pela liberdade, influenciando assim muitos dos seus contemporâneos que, com o passar do tempo, irão se tornar críticos violentos à monarquia.
A contribuição de Montesquieu, autor do "Espírito das Leis "foi muito importante para o pensamento republicano e foi decisiva no plano teórico, mas deve ser vista como uma referência de crítica ao absolutismo, e não ao desejo de alterar as instituições fundamentais da França.
Ele também contribuiu para a crítica ao governo monárquico e ajudou a forjar uma linguagem que seria fundamental para o desenvolvimento da teoria política moderna e para a compreensão das transformações que