Escravos

Licenciatura em História Moderna e Contemporânea
História da Expansão Portuguesa
Prof. Dr. Nuno Gonçalo Monteiro
Pedro Magalhães Pereira (60873)
Recensão Crítica

"Ser Escravo dos Portugueses"

In Portugal e a Escravatura dos Africanos
______________________________________________________________________________
MARQUES, João Pedro, “Ser Escravo dos Portugueses”, in Portugal e a Escravatura dos
Africanos, ICS: Lisboa, 1ª ed. 2004, pp. 77-104.

Esta recensão crítica terá como base o capítulo intitulado “Ser Escravo dos
Portugueses” inserido na obra Portugal e a Escravatura dos Africanos, escrito por João
Pedro Marques um conceituado historiador e investigador do Instituto de Investigação
Científica Tropical. Doutorado em História pela Universidade Nova de Lisboa, onde lecionou a cadeira de História de África durante a década de 1990, é autor de dezenas de artigos sobre escravatura e outros temas de história colonial e de vários livros. Atualmente dirige o Programa SOC (ex-Centro de Estudos Africanos e Asiáticos).
A questão da escravatura dos africanos está ainda muito vincada no passado português pela importância do seu papel, porém João Pedro Marques propõe uma nova visão defendendo que os portugueses de Quatrocentos não inventaram o tráfico transoceânico nem a escravidão colonial, por outro lado estabeleceram novos vínculos com as tradições escravistas europeias e africanas proporcionando a fixação de diversas complementaridades conexas ao comércio, reforçando algumas tendências que anteriormente existiram e que acabaram por criar os rumos distintos entre ambas as raças, nomeadamente a desigualdade.
Ao longo do capítulo torna-se evidente as várias fases, pelas quais, os escravos passavam até caírem sob a alçada portuguesa. Primeiramente, os escravos passavam pela fase designada “calvário”, caracterizado por ser prolongado e penoso, onde os mesmos ficavam agrupados em caravanas, recorrendo-se a técnicas mais ou menos severas para