escravos
A cultura de café seguiu as características da lavoura do período colonial: ocupou extensas faixas de terra, usou mão de obra escrava, devastou a vegetação nativa, empobreceu o solo e foi responsável pelo extermínio de muitos povos indígenas. Grande parte das terras utilizadas para a cafeicultura pertenciam a povos indígenas que tentaram resistir, mas foram derrotados em poucos mais de cinquenta anos, os índios habitavam as matas tropicais de São Paulo que praticamente desapareceram.
ESCRAVOS DE GANHO
Como era considerado uma mercadoria o escravo poderia ser alugado, arrendado a outro senhor ou prestar serviços como diarista. Todos os seus ganhos eram destinados ao senhor, por isto, era denominado escravo de ganho. Os senhores determinavam os mais variadas atividades para seus cativos, que iam do trabalho de barbeiro, carpinteiro, alfaiate, sapateiro, quitandeiro, pedreiro, marceneiro, músico, escultor, soldado, padeiro, muitos outros atividades até a prostituição, e seus escravos cegos ou aleijados, obrigando-os a pedir esmolas. Muitos senhores viviam dos rendas obtidas por seus escravos de ganho.
TRABALHO ESCRAVO NOS ENGENHOS
Nos engenhos, a jornada começava na madrugada: antes do nascer do sol a porta da senzala era aberta e os escravos eram conduzidos às áreas de trabalho. Grande parte do contingente ia para os canaviais, perfazendo jornadas diárias de trabalho que, no período da safra, podiam chegar a 18 horas. Toda a atividade de plantio era feita pelos escravos; o enfeixamento da cana para ser transportada até a fábrica de açúcar cabia às escravas. Dentro do engenho, a parte mais extenuante do trabalho era a fervura do caldo de cana, que exigia a alimentação constante da fornalha, num calor fortíssimo. Muitas vezes, os escravos eram colocados para trabalhar ali como forma de castigo. A vida útil de um escravo na lida da cana era de seis a sete anos, em virtude do desgaste excessivo a que era