Escravos Bianca
A relação de dominância do homem sob o homem é quase tão antiga quanto o ser humano. Por milênios, a escravidão esteve associada às guerras entre povos; os vencidos eram feitos escravos. Desde a Grécia antiga até os povos indigenas mesoamericanos, todos, compunham dentro de seus contextos civilizacionais, o modelo escravagista. O guerreiro vencido se tornava propriedade do vencedor. A escravidão pode ser elucidada como um sistema de trabalho em que o índividou assume status de mercadoria, propriedades de seus algozes. Poderiam ser vendidos, doados, emprestados e até mortos, se assim se fizesse a vontade de seu dono. Não tinham direito a nada, exceto a punição.
Quando se é conferida a escravidão no continente africano, a história não é diferente, pode-se afirmar que esta, esteve em prática muito antes do início do comércio de escravos com europeus na costa atlântica. Já no século VII, os cativos das guerras tribais, eram vendidos e usados como escravos. Com a invasão do norte da África pelos Arábes esse comércio se intensificou, tornando-se autamente lucrativo. Milhares de negros eram usados como moeda de troca ou vendidos em sua própria terra. Por muito tempo, imputou-se a ideia de que na África escravidão teria ocorrido de maneira mais branda se cotejado à escravidão praticada na América na idade moderna. Partiam-se do pressuposto de que cativos não recebiam tratamentos violêntos, e era, em vezes, absorvidos pelo povo que o capturava. Tido isso, encontramos nesse contexto um modelo escravigista exclusivamente de cunho doméstico. No entanto, conforme apontado nos textos indicados para leitura, a escravidão na África não ocorria somente neste formato. A escravidão africana se configurou como cruel e desumana, segundo a historiadora Marina de Melo e Souza[i]
“Desde os tempos mais antigos, alguns homens escravizaram outros homens, que não eram vistos como seus semelhantes, mas sim como inimigos e inferiores. A maior fonte de escravos sempre