Escola e Democracia
Emerson Monteiro
Dermeval Saviani em seu texto Escola e Democracia traz a realidade da marginalidade de um grande contingente de crianças ao fenômeno da escolarização.
Partindo disto, ele vem mostrar o posicionamento das teorias da educação frente a este problema. As teorias da educação são apresentadas em dois grupos: o que traz a superação à marginalidade; e o que contribui como fator de marginalização.
Segundo o autor, o primeiro, que ele chama de “teorias não-críticas”, percebe a sociedade de forma integrada, harmoniosa, em que a marginalidade é um fator acidental, o qual deve ser corrigido através da educação, que irá promover a coesão dos indivíduos em seu meio, e se responsabilizar pelo não reaparecimento do problema da marginalidade, gerando uma sociedade mais igualitária. Já o segundo, que o autor denomina “teorias crítico-reprodutivas”, percebe a sociedade como marcada pela divisão de classes sociais que se separam a base de força capital, sendo a marginalidade fruto desta estrutura social, em que o grupo possuidor de maior força se impõe como dominante, marginalizando os demais. Nesse contexto, a educação é vista apenas como reprodutora da sociedade existente.
Com a intenção de consolidar-se no poder, a burguesia tratou de construir uma sociedade democrática, transformando o indivíduo de súdito à cidadão. É neste momento que a educação surge como esse agente transformador, em que a marginalidade é a própria ignorância, que vem a ser combatida pela escola centrada no professor. Saviani traz em seguida discussões sobre a pedagogia tradicional, na qual o professor é o centro; a pedagogia nova que tem o aluno como centro; a pedagogia tecnicista em que o elemento principal passa a ser a organização racional dos meios em detrimento do professor ou do aluno; e a luta de todas elas em combater a marginalidade. O autor esclarece que ao se referir às teorias não-críticas, ele demonstrou no texto as formas de