Escola e democracia
Campus Chapecó
Licenciatura em Ciências Sociais
Erégia Gandolfi
Escola e democracia ou teoria da curvatura da vara (SAVIANI, Dermeval)
“Quando mais se falou em democracia no interior da escola, menos democracia foi a escola, e, quando menos se falou em democracia, mais a escola teve articulada com a construção de uma ordem democrática.” A abordagem política do funcionamento interno da escola de primeiro grau pode ser feita de duas maneiras, a primeira, abordando a questão da organização da escola de primeiro grau, onde seria dada ênfase as atividades-meio, focalizando o papel do diretor, suas relações com as práticas intermediárias, orientadores, supervisores, até chegar aos professores e estudantes. Nesse caso, a organização seria o enfoque. A segunda maneira seria, enfatizar as atividades fins, e nesse caso examinar mais propriamente como se desenvolve o ensino, que finalidades ele busca atingir, quais os procedimentos adotados para atingir suas finalidades e em que medida existe coerência entre finalidades e procedimentos. Nesse sentido, Saviani optou por preocupar-se principalmente com as atividades fins, preocupando-se com a problemática de ensino que se desenvolve no interior da escola de primeiro grau, sob o pensamento de quais as funções políticas esse ensino desempenha. A teoria da “curvatura da vara” foi enunciada por Lênin ao ser criticado por assumir posições extremistas e radicais, onde, segundo Lênin “quando a vara esta torta, ela fica curva de um lado e se você quiser endireitá-la, não basta colocá-la na posição correta. É preciso colocá-la para o lado oposto.” Quando Saviani refere-se ao “caráter revolucionário da pedagogia da essência e do caráter reacionário da pedagogia da existência”, quer dizer que hoje estamos no âmbito da política educacional e no âmbito do interior da escola, dialogando assim em duas posições antitéticas e que são traduzidas em nova pedagogia e pedagogia tradicional,