Escola e democracia i - a teoria da curvatura da vara
A teoria da curvatura da vara
Nesse texto, o autor tenta examinar como se desenvolve o ensino, que finalidades ele busca atingir, que procedimentos ele adota para atingir suas finalidades, em que medida existe coerência entre finalidades e procedimentos. Segundo o ele, quando mais se falou em democracia no interior da escola, menos democrática foi a escola; e quando menos se falou em democracia, mais a escola esteve articulada com a construção de uma ordem democrática. Na antiguidade grega, o ser humano, era identificado com o homem livre; o escravo não era ser humano, consequentemente a essência humana só era realizada nos homens livres. Durante a idade média, essa concepção essencialista recebe uma inovação, pois, os homens ao serem criados tem seus destinos previamente definidos, e a diferenciação entre servos e senhores estava marcada na própria concepção da essência humana. A pedagogia da essência faz uma defesa da igualdade essencial dos homens, que funda-se na liberdade, que demanda uma reforma na sociedade. Rousseau defendia que a natureza é justa, é boa. As desigualdades são geradas pela sociedade. Esse raciocínio não significa outra coisa senão colocar diante da nobreza e do clero a idéia de que as diferenças, os privilégios de que eles usufruem não eram naturais e muito menos divinos, mas eram sociais. Os homens são essencialmente livres; essa liberdade se funda na igualdade natural, ou melhor, essencial do homens, e se eles são livres, então podem dispor de sua liberdade, mediante contrato, fazer ou não concessões. Esse é o fundamento jurídico da sociedade burguesa. Formalista, mas, é sobre essa base de igualdade que vai se estruturar a pedagogia da essência e, assim a burguesia se torna a classe dominante, e, se tornando a classe dominante, estrutura os sistemas nacionais de ensino e vai escolarizar a educação para todos. escolarizar todos os homens era condição de converter os servos em cidadãos, era condição