O espírito e as tendências da política

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O espírito e as tendências da política

A discussão central, no período que sucedeu a revolução francesa, era sobre as formas de governo, e o principal argumento da monarquia defendido por seus partidários era a unidade e a continuidade oferecida pelo regime. Tanto em Washington como em Bismark temos exemplos de personalidades dominantes, que comandaram suas gerações e impulsionaram o seu país. Os Estados Unidos superam esses ao se destacar a proeminência de um homem ou de uma aristocracia mental, sobre os destinos do povo, onde um grupo de precursores eminentes assentou, nos primeiros dias da constituição do país, os princípios que haviam de dirigir até hoje. Esses homens deram aos olhos de sua pátria a consciência do nosce te ipsum; mostram-lhe as suas necessidades, os seus problemas, as soluções, os seus destinos. A nação despertou formada, cônscia de sua posição e de seu papel no mundo, pronta para caminhar com os olhos fitos num objeto conhecido. Sua história foi o desenvolvimento natural de um atleta. Entretanto, no caso do povo brasileiro, essa preparação inicial foi bem mais difícil, tendo em vista todas as determinações históricas e adversidades geográficas. O comércio, por sua vez, também não era favorável, pois as especiarias brasileiras não se adequavam às condições normais do comércio internacional, ficando sujeito às oscilações, espoliações, aos entraves que acompanham os negócios sobre gêneros não essenciais ao consumo. Os homens públicos, por sua vez, estavam longe de possuir o preparo dos fundadores da república americana. Cientistas, literatos e juristas da escola de Coimbra trouxeram, para o nosso meio, brilhantes idéias, conceitos, instituições, estudados nos centros europeus. Os problemas da terra, da sociedade, da povoação, etc., ficaram entregues ao acaso. Com isso, o Brasil foi se tornando um verdadeiro “laboratório”, onde esses doutos aplicavam suas vidas de estudos. Sem um modelo que se aplicasse na sociedade nacional