Contabéis
marginalidade” Saviani denuncia o problema referente ao alto número de crianças que se
encontram marginalizadas das escolas. Segundo dados da TEDESCO, em 1970, 50% dos
alunos estavam em condições de semi-analfabetismo na maioria dos países da América
Latina.
Levando em consideração à questão da marginalidade, Saviani aponta que as
teorias educacionais podem ser classificadas em dois grupos e ressalta que ambos tentam
explicar a marginalidade fazendo um paralelo entre educação e sociedade. O primeiro
grupo, denominado por Saviani de “Teorias não-críticas”, composto pela Pedagogia
Tradicional, a Pedagogia Nova e a Pedagogia Tecnicista entendem a educação como
instrumento de equalização social, portanto, de superação da marginalidade. Já o segundo
grupo, nomeado de “Teorias Crítico-Reprodutivistas” que abarca a Teoria do Sistema de
Ensino como Violência Simbólica, a Teoria da Escola como Aparelho Ideológico do
Estado e a Teoria da escola Dualista, compreendem a educação como instrumento de
discriminação social, ou seja, fator de marginalização. O autor considera o segundo grupo
como teorias críticas, pois este busca entender a educação “[...] remetendo-a sempre a seus
condicionantes objetivos” (p.05), quer seja, à estrutura sócio-econômica que determina a
forma de manifestação do fenômeno educativo.
Saviani discute em cada uma das teorias anteriormente citadas a questão da
marginalidade. Para as teorias não-críticas a marginalidade é considerada um desvio e a
educação tem como função corrigi-lo. Já para o grupo das teorias crítico-reprodutivistas a
marginalidade é um problema social e a educação que dispõe de autonomia em relação à
sociedade, estaria capacitada a intervir eficazmente na sociedade, transformando-a e
promovendo assim a equalização social. O autor destaca que “[...] enquanto as teorias nãocríticas pretendem