Enuma Elish
O MITO BABILÔNICO DA CRIAÇÃO
Este longo poema foi escrito ao redor do século XII Antes da Nossa Era, exaltando a grandeza da cidade da Babilônia.
O mito (re) conta a criação do universo e os eventos que levaram à construção da
Babilônia, chamada de "lar dos deuses".
O mito evoluiu a partir de mitos sumérios, mas o texto que segue é baseado na versão assíria, sendo que os Assírios foram um império posterior ao dos sumérios.
O poema (quase completo) está disposto em sete tábuas de argila, cada com cerca de 150 linhas de texto.
O mito foi provavelmente escrito para ser entoado nos festivais em honra aos deuses e da Babilônia.
No idioma original, o poema não foi escrito com rimas ou aliterações, mas possui alguma assonância, semelhante ao estilo dos Cantos Gregorianos, quando cantados por várias vozes.
A tradução para a língua portuguesa é feita a partir do texto em inglês de N. K
Sandars.
1
Quando não havia firmamento, nem terra, alturas, profundezas ou sequer nomes,
Quando o Apsu estava sozinho,
Ele, as águas doces, o iniciador da criação, e Tiamat, as águas salgadas, e útero do universo, quando não existiam os deuses...
Quando as águas doces e as salgadas estavam juntas, misturadas,
Os juncos não estavam trançados, ou galhos sujavam as águas, quando os deuses não tinham nome, natureza ou futuro, então a partir de Apsu e Tiamat, nas águas dele e dela, foram criados os deuses, e para dentro das águas precipitou-se a terra [lama],
Lahmu and Lahumu, eles foram então chamados; nem bem velhos, nem bem crescidos [eles eram] quando Anshar e Kishar os dominou, e as linhas do céu e da terra se expandiram para onde os horizontes se encontram para separar o que era nuvem do que era terra.
Dias seguiram outros dias, anos seguiram outros anos,
Até Anu, o firmamento vazio, herdeiro e conquistador, primogênito de seu pai, à imagem de sua própria natureza, fez nascer Nudimud-Ea, intelecto, sabedoria, maiores do que o horizonte dos céus,