entrevista com maria da gloria - fichamento

Fichamento 2
Entrevista com a professora Maria da Glória Gohn sobre os movimentos de protesto no Brasil

Como define os movimentos de junho no Brasil?
Os movimentos de Junho de 2013, denominados pela mídia como “manifestações”, expressaram a indignação com os acontecimentos na política nacional. A mobilização teve caráter de movimentos de massa, com participação de integrantes de todas as classes sociais, e de todas as faixas etárias, com predomínio de jovens de classe média. O movimento caracterizou-se por uma ação coletiva, descentralizada, sem liderança central e com mais autonomia, diferente dos outros movimentos como os sindicais ou identitários.
Os protestos de Junho eclodiram com o Movimento Passe Livre, que lutava contra o aumento da tarifa dos transportes coletivos. No decorrer dos movimentos outros motivos foram agregados, como: gastos com megaeventos, má qualidade de serviços públicos, impunidade, desigualdade social, etc. A população que por sua vez acompanhava os acontecimentos por meio das mídias e aos poucos também saiu às ruas.

Em que se assemelham e se diferenciam dos movimentos que ocorreram no Oriente Muçulmano, na Europa e nos Estados Unidos?
Os movimentos brasileiros de Junho têm diversos pontos em comum com os citados na pergunta: ambos fazem parte de uma nova forma de movimento social, que é composta predominantemente por jovens estudantes de classe média, conectados por meio das redes digitais, organizados de maneira horizontal. Pela composição do movimento, é mais crítico das formas tradicionais de política, não usam bandeiras e nem carros de som.
Os movimentos brasileiros direcionaram as reivindicações a uma figura especial da cena pública, assim, se diferenciaram dos indignados da Europa. Diferem-se ainda mais quando citamos a Primavera Árabe, devido à frágil democracia e o controle social feito por meio da religião nesses países. Finalmente os indignados nacionais diferem do Occupy Wall Street pela forma de agir e por ter