Ensino
O. Kohan não acontece diferente. O autor nos leva a questionar diversos paradoxos por ele apresentados, ensinante e aprendiz, ensinar o inensinável, entre outros. A proposta do autor é fazer com que nós, futuros professores de filosofia, nos questionemos diante desses paradoxos, diante da realidade do mestre de filosofia, aqui comparado a figura de Sócrates.
No 1º capítulo de seu livro Kohan apresenta Sócrates como “um momento inicial e também um limite para todo aquele que ocupa o espaço da transmissão ou do ensino de filosofia.” (KOHAN,2009). Sócrates é colocado como um exemplo de mestre a ser seguido, ou ao menos um exemplo a ser considerado. Um mestre questionador, que não afirma ser o detentor da verdade ou um mestre, pelo contrário, afirma nunca ter ensinado coisa alguma a alguém. A imagem do professor de filosofia para Kohan, aparece relacionada com a imagem que ele possui de Sócrates. O professor de filosofia, ou ainda ou professor-filósofo, seria, ou poderia ser assim como Sócrates, questionador, não afirmar possuir conhecimento, afirmar não ensinar.
Os paradoxos colocados ao longo do texto por Kohan mostram-se um pouco ingênuos, como poderíamos nós, futuros professores de filosofia, ou professores já formados, assemelharmo-nos a imagem socrática? É sabido que Sócrates como mestre, ou não, contrariava sim as leis da pólis onde morava, mas não as leis que ele acreditava serem as corretas, e por elas morreu. Poderíamos nós professores nos atermos apenas ao que acreditamos ser correto?
Penso em ingenuidade na comparação do professor de filosofia com tal figura histórica, pelo fato da enorme carga histórica e religiosa que permeavam a atitude socrática serem demasiadas diferentes a hodierna, poderíamos claro fazer uma aproximação, mas uma comparação de ambas