Ensaio-para além da fotografia
Desde a antiguidade que muitos estudiosos denotam que é uma necessidade fundamental da psicologia humana o homem tentar perdurar o máximo tempo possível, fabricando mecanismos de modo a tentar “dominar” o factor tempo. Se fizermos uma breve viagem ao passado, os egípcios tinham como prática o embalsamento dos faraós, de modo a retardar a decomposição do corpo. Estes passam assim a ser múmias como se fossem aprisionados até ao último momento de vida.
Este tipo de práticas revelou-se em diversos povos da antiguidade. Também a pintura e a escultura, são artes demonstrativas dessa mesma necessidade: o perdurar de algo. Neste contexto podemos olhar para a fotografia como a evolução natural desta necessidade. A sua técnica permite a estagnação de determinado acontecimento da realidade, facilitando o papel da memoria nas suas associações consequentes e conferindo a determinados momentos ou pessoas como que o poder de os “eternizar”.
Os familiares e as pessoas amadas, são os alvos principais dessa necessidade humana de perdurar em vida e na memória o mais tempo possível. Os retratos de família, são assim, uma das formas de utilização mais antigas da fotografia, especialmente nos países industrializados da Europa e da América onde as pessoas poderiam “eternizar “ todos os membros da sua